O Seminário: Povos Indígenas e Sustentabilidade constitui-se em um espaço para a discussão e a socialização de estudos e práticas sobre saberes locais, educação, saúde e gestão territorial, entre indígenas e não indígenas. Porém não apenas a sustentabilidade ligada ao ponto de vista da sobrevivência física, mas principalmente sobre a sustentabilidade do ponto de vista da autonomia indentitárias dos povos indígenas, afirma a coordenadora do evento, Dra. Adir Casaro Nascimento. O seminário é realizado a cada dois anos, desde 2003. Em 2015, o tema discutido foi Saberes Indígenas e a Contemporaneidade.
Conforme a Dra. Adir Nascimento, por meio de relatos dos indígenas pode-se observar durante os seminários que há saberes tão importantes e consistentes que precisam ser legitimados como ciência e serem agregados aos saberes indígenas. Ainda conforme a pesquisadora, a marca no VI Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade é o aumento no protagonismo dos indígenas nos últimos seminários. “Sempre houve um grande espaço para os povos indígenas e cada vez mais o trabalho de exposição nas mesas e nas conferências é prioritariamente assumido por eles, onde sabedores e rezadores indígenas fazem uma participação ao lado de um pesquisador não-indígena e mesmo assim tendo um discurso afinado, em relação aos saberes tradicionais e os saberes na contemporaneidade”.
Durante o evento Nascimento afirma que é evidente de que no campo das questões indígenas não é possível tratar de assuntos isolados. “embora estar dentro de uma instituição, dentro de um programa de educação e tratando no dia a dia sobre a escolarização indígena não dá para discutir apenas sobre a escola ou a língua indígena sem trazer todas as questões que estão nesse entorno”, diz. Segundo Nascimento, a cada seminário isso fica mais evidenciado de que no campo, na cosmovisão, na cosmologia e na epistemologia indígena as coisas não se separam.
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